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Um diálogo possível, uma proximidade possível

quarta-feira, 19 de abril de 2006

João 13.23-25: "Ora, um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus. Então, Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele falava. E inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor, quem é?"
O que acho significativo neste versículo bíblico é o fato de que Jesus não possuía maldade em seu coração. E seu amado amigo estava reclinado sobre o seu peito. Entre ambos havia confiança. É o que eu, por exemplo, sinto ao reclinar minha cabeça sobre o colo da minha mãe. Sei que ela me aceita do jeito que sou e que aprendeu a me amar. O amor é um aprendizado duro, longo e compensador. Nos momentos mais difíceis, é uma presença certa e fiel. Isto é o que se espera de alguém que nos respeita e que sabemos que nos ama.
No entanto, o mundo atual distancia facilmente as pessoas. Os horários quantas vezes, em virtude dos compromissos com escola, trabalho, etc., não permitem pontos de encontro dentro da própria casa. Os interesses muito diversificados conduzem as pessoas a caminhos e rítmos inconciliáveis. "Não preciso ir à casa de fulano, tenho o telefone, o Messenger, o Skype. Não vou falar sobre isto com meus pais, já sou independente." Neste instante lembro-me da afirmação da professora e escritora Cremilda Medina em "Entrevista, um diálogo possível", de que são felizes as entrevistas que se tornam um diálogo, assim também são felizes, ainda que retratem mágoas e tristezas, as conversas que se tornam realmente um diálogo, e ainda permita uma proximidade física que realmente una, reúna, junte confortavelmente duas ou mais pessoas. Somos seres tendentes a ser divididos, principalmente por causa de nossa natureza, quantas vezes não é possível sentir que o coração quer tomar uma decisão, a alma outra, a natureza carnal outra, assim, podemos nos tornar ou pessoas ou "sensíveis", isto é, guiados pelos sentimentos do coração ou mais "racionais", não digo me referindo a uma razão pura, matemática, mas pela certeza inequívoca dos princípios a que devemos seguir ou que escolhemos defender e até ostentamos sua bandeira. Divididos conosco mesmo e divididos também com as pessoas ou diferentes grupos delas. Estamos distantes, em certos instantes, do nosso alvo, da linha que sabemos garantirá o equilíbrio dos nossos pés e a sobriedade de nossas decisões.
O mundo parece nos impor fique "ou independente ou morto!".
É cansativo viver a realidade e me incomodar com este mundo. Quero ser sensível, mas não posso exagerar, estou consciente de que tudo tem um limite: há o meu próprio limite de revelar, de expressar, de entender, de silenciar, de esconder, há o limite variável de quem quer, pode, consegue, suporta ou não suporta ouvir e entender. É cansativo tentar avaliar todas as variáveis envolvidas em alguma condição da existência.
Jesus sempre buscou a proximidade. Ele é o Deus que desceu do céu, aproximando-se geograficamente, espacialmente, materialmente do ser humano (João 1:14). Aproximou-se também na estrutura, sendo passível de todas as fraquezas e tentações humanas, veio em carne, sujeito às mesmas tentações, contudo, segundo a Bíblia, ele nunca errou. Ele aumentou em sabedoria (Lucas2:52). E conseguiu vencer esta natureza humana dividida, sendo-lhe aparentemente mais fácil tomar as decisões. Toda hora temos que decidir algo, movidos por diferentes motivações, algumas agradáveis, outras um pesado fardo. Jesus mesmo falou que faria morada em nós (João 14: 23).
Mas, a desconfiança e insegurança que o mundo nos dá pela falibilidade e, pior, terrível falta de amor e profundas raízes de ódio e destruição que existem nas pessoas, nos fazem desacreditar da sinceridade das pessoas. As repetidas decepções, até de quem e de formas que não esperamos, e nosso próprios julgamentos errôneos nos afastam primeiro interiormente das pessoas, e depois exteriormente. Abraçamos medidamente. Comemos juntos medidamente. Conversamos medidamente. Cria-se medo da crítica alheia, da reação alheia, do pensamento e intenção alheias.
Lembro-me que no Dia do Amigo, eu resolvi abraçar algumas pessoas. Primeiro, abracei minha mãe. Ela estava tão ocupada. Não conseguimos dialogar. Meu coração estava todo aberto naquele instante. Eu entendi meu egoismo, ela tem vários instantes para que eu lhe dê atenção, mas me ocupo com outras coisas, apenas porque meu coração resolveu se abrir, eu exigi atenção. Ainda bem que eu reconheci de imediato. Mas, ela correspondeu na medida em que pôde. Meus amados irmãos estavam todos trabalhando. Ainda consegui cumprimentá-los por telefone. Novamente, o mecanicismo de uma data para nos lembrar que certos fatos ou pessoas devem ser valorizados. Fui trabalhar, abracei, conforme o que escolhi, um colega de trabalho, ele me abraçou medidamente e notei que ele estranhou visivelmente minha ação. E disse: "Que Deus lhe conceda conforme o bom desejo do seu coração!" Eu pensei "espero que ele não tenha pensado que eu tivesse naquele momento algum mau desejo no meu coração". Eu sei que a Bíblia enfatiza “Agrada-te do Senhor e Ele concederá o desejo do teu coração”. Salmo 37: 4. Não se falou aqui em juízio de bom ou mau desejo, certamente depositando a confiança de que a mensagem foi dirigida a uma pessoa que tem respeito e amor por Deus, pela sua palavra. Esta nossa natureza que duvida e descrê de tanta coisa prefere sempre esperar o pior. Talvez eu mesmo tivesse me deixado dominar por ela. Depois abracei outro amigo, que ficou assustadíssimo, mas depois ele compreendeu e me deu um abraço mais forte, só que a emoção já tinha passado e o ferrão quente do distanciamento deixou sua marca.
É fácil ver, desse modo, que quando resolvemos abrir nosso coração aparecem duros espinhos, principalmente porque já existem espinhos por dentro de nós mesmos e das pessoas. Finalmente, abracei uma colega que também foi muito fria, não sei se por ser mulher e ter passado já por muitas situações constrangedoras, ela me respeitou, mas não teve palavras. Eu só pensei em melhorar seu humor. Nem havia motivos pra isto. Proximidade, relações de cordialidade, de afeto, beijos, abraços, isto está tão esquecido! O que mais se vê é gestos de hang-loose e do chifre da besta nas mãos da juventude atual.
Pra finalizar, algumas frases acerca do abraço, extraídos da excelente página (ainda em construção) portalverde.com.br/calorhumano/index.html:
"Abraçar é esquentar alguém, e ser derretido do calor do outro. É soldar os fragmentos pelo tempo esquecido. É abrigar alguém dentro de outro abrigo. É ser o interior na pele de alguém; é estar na veia do coração"...Maria Luiza Victorino - Guariba - SP
"O colinho estilizado, onde um aconchega o outro" Arnaldo Vianna, RJ
"O abraço é a forma mais simples de materialização de um sentimento." Jair Quesada, RJ "Demais de gostoso!" Otávio Miranda, SP
"É sentir quem a gente ama. E saber que somos amados também." Viviane / SP
"Maravilhosamente necessário!!!!" Carol Mandelbaum, SP
"Abraçar é ter alguém querido tão pertinho, que por momentos parecem ser um só. É sentir a força do toque no carinho envolvente de um abraço." Maite Schneider, PR "Abraço é o canal direto de transmissão de seu amor pelo outro!!!!" Domenica, SP
"Abraçar é transmitir um pouco de carinho para uma pessoa que se sente um pouco triste ou magoada." Jair Carlos R. Junior, Itajaí - SC
"Um abraço faz cócegas no nosso coração, fazendo-nos sorrir e sentir a pessoa mais amada do mundo." Edna Sanches, Salvador - BA "O abraço aquece a alma e o corpo, é um modo de demonstrar carinho com aquele de que se gosta" Irami Cardoso, Fortaleza - CE" "Um presente com que a natureza privilegiou a espécie humana. Só a gente pode tocar com o coração o coração do outro." Lígia Prado, SP
"É sentir o outro e ter a maravilhosa sensação de que ele também o está sentindo..." Solange Lima, SP
"ABRAÇAR ALGUEM É TRANSFERIR E TRANSMITIR PARA ALGUÉM SEU PRÓRPIO CALOR; É ACEITAR SEU SEMELHANTE E DIZER-LHE: SOMOS IGUAIS".
Maria de Jesus V. Braga
"O abraço é mais que uma ação. é uma emoção, já que podemos transmitir e perceber o sentimento do outro através desse toque tão magico." Ana Paula de Oliveira - São José dos Campos - SP
"Gostar sinceramente de quem o recebe, estreitar os laços de amor e amizade, e sentir-se menos sozinho no mundo". Carla de Conto - São Bento do Sul - SC
Abra bem os braços, receba um ABRAÇO QUENTE, FORTE, GENEROSO de Jesus Cristo.

2 comentários

  1. Anônimo6:17 PM

    Jackson, o texto está bem longo. Confesso que não li. Outro dia volto aqui para conferi-lo. Um abraço!

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  2. Anônimo11:26 PM

    Dessa vez li com mais calma. Só não li todas as frases do portal verde, mas ainda olhei algumas, especialmente as que você escreveu no comment no meiodonada. Lamaneto que você não tenha sido ebem correspontido em suas investidas de abraço. Se cuida, Jackson! Um abração!

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