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Retrato de um a vida I

terça-feira, 23 de maio de 2006

Já procurou aquecer as pessoas que estão com frio? Já procurou entender por que elas estão com este frio? Ou se isolou delas para lavar as próprias mãos? Estão todas elas crucificadas pelo desprezo, pelo isolamento, pela rejeição. As escórias leprosas, que já não são mais parte de nossa família, nosso sangue, nosso povo. Fez-se de cego para não querer ter qualquer responsabilidade? Não estendeu as mãos para não ser contaminado? Não há nenhum cobertor por perto? Um que não esteja usando? Algum que esteja encostado? Já não consegue entender o olhar dos pedintes, dos carentes? Não vai passar por perto para não ser mal-falado? Para não ofender teu olhar? Afinal, hoje é dia de sol, e é preciso apreciar sua beleza, e também das árvores, da sensualidade humana, pra que se importar, justo agora? O endeusamento de sua imagem não pode sofrer uma só mácula? Não pode ajudar ninguém a se levantar quando ela está caída? Quando alguém está alegre, forte e lhe visita tudo bem! Se ela lhe faz rir com suas graças, está então útil ao teu bem-estar! Se ela está triste, tem alguma palavra? Procura sentir a dor dela? Ah! Se ela se importou com você, ainda vai, né? E se ela nunca quis saber de você, se ela já te prejudicou, te desamou, então, viva! Que se dane esta alma miserável e inimiga!? É! Você se lembrou de alguém e agora foi visitá-lo num dos restos do seu tempo? Não estava nada planejado ou programado. É um pouquinho de tempo, não custará nada! E ela pensará que você se importa mesmo com ela. Na caminhada, prosseguiu em frente, fez sua parte, ninguém tem o que dizer de você. E quanto aos que começaram a caminhada com você? Muitos caíram no meio do caminho e você, por sua própria regra, não podia olhar pra trás nem de lado. Não chegaram aos teus ouvidos os gritos mudos de socorro? Não se lembrou dos que caíram pois você precisava chegar e vencer. Você chegou, no entanto, nunca começou de verdade. Quando...Estes quandos nunca tiveram importância pois foram momentos que não existiram em tua vida muito menos quiseste saber deles, dar lugar a eles em teu coração. Existiram muitas fantasias irrealizadas, muitos sonhos pelos quais você lutava intensamente e lutou a todo custo pra conquistar e muitos deles realmente conseguiu. Já para as queixas, muitos momentos de reflexão, amargura, angústia, temor, dias, meses, anos. Para a gratidão, um cartão, um obrigado, um abraço. Pronto. Estava ali simbolizada toda a tua gratidão.

Perdoe seu amigo

"Perdoe seu amigo"

Perdoe seu amigo por não corresponder às suas expectativas
Por se importar demais com suas palavras e opiniões
Perdoe seu amigo por ser confuso demais
E te chatear com suas confusões
E querer respostas que você acha tolices
E ficar triste ao ver que seus lábios pesam pra dizer qualquer coisa
Perdoe seu amigo por ser arrogante em algum instante
Por dizer palavras ou tirar brincadeiras inconsequentes
Perdoe seu amigo por nunca acertar
E ter baixa-estima
Necessitando sempre de sua aprovação
Perdoe seu amigo por não ser o amigo que você quer
Perdoe seu amigo por existir
E às vezes te incomodar pedindo conselhos e ajuda
Mendigando abraço, beijo, carinho, afeto, compreensão
Perdoe seu amigo por amar demais você
E se isso te deixou triste, perdoe-o
Perdoe seu amigo pelos erros constantes
Perdoe seu amigo por querer ouvir sua voz
Por se alegrar com sua presença
E com sua atenção, perdoe-o
Perdoe seu amigo pela insegurança
Por ele não lhe entender
E não merecer sua confiança
Perdoe-o por ele cobrar demais de você
Querendo colocar sentimentos no seu coração
Que não merecem estar ali
Perdoe seu amigo por estranhar sua falta de alegria
E se incomodar com os seus lábios fechados
Ele te perturba tanto, não é?
Nem o desprezando você consegue fazê-lo entender
Perdoe seu amigo se ele quer o melhor pra você
Perdoe seu amigo se ele ainda não sabe do grande erro
O erro de ser seu amigo
E se humilhar ainda crendo que pode
Que pode ganhar uma cadeira na sala do seu coração
Onde ali serves algum banquete
Ou passas alguma fome secreta e angustiada
Perdoe seu amigo por fazer tanta coisa em vão
Por querer sensibilizar seu coração
Ele ainda não viu que és frio
Ou viu e ainda tenta aquecer essa geleira
Perdoe seu amigo se ele te causa vergonha ou embaraço
Se ele não te dá paz
Ainda que esteja em silêncio
Por sua presença parecer um castigo
Perdoe seu amigo por ele ser quem ele é
Foi o que ele tentou ser
Errando, errando, errando
Diga assim da próxima quando abrir a porta:
Aqui jaz um amigo

"É a interpretação que damos aos acontecimentos e situações que nos leva ao sofrimento. É quando esperamos algo que nunca vai chegar. "
Rosemeire Zago
Psicóloga clínica
com abordagem
jungiana. Desenvolve
o auto conhecimento
e ministra palestras
motivacionais.
 

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