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Meu perfilme!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Vou dizer só o que não lhe daria medo. Porque muitos dizem que suportam a verdade, mas a intolerância recobre a pele e a epiderme. Ela mora na palavra e no universo de sons que dão o ritmo e fazem a dança no salão da vida.
Responder a pergunta "quem é você" é sempre tão difícil pra o ser humano, como se fosse possível ter fórmulas pra se autodefinir com exatidão.
Deus afirmou de si mesmo que ele era o "Eu Sou". Alguém pode ser mais absoluto ao falar de si mesmo?
Quem sou eu? Sou alguém que sempre pensa sobre quem é, mas o melhor é sempre saber o que verdadeiramente não sou, o que nunca fiz e tenho certeza (abalável) de que nunca farei.
Sou tão clandestino e forasteiro quanto cidadão, ditador e imperador de mim mesmo.
Meu nome não foi escolhido por mim e juridicamente seria difícil mudá-lo, principalmente por estar dentro dos padrões socialmente aceitos e oficializados como aceitáveis.
Não escolhi este mundo, o local que nasci, ser um homem, ter esta forma, ser limitado, ser perecível, mais tendente à ignorância do que ao pleno conhecimento. Meus sentidos validam minhas decisões: como o que gosto, digo o que posso pensar, reconheço temperaturas e toques, sinto os sabores, vejo o que meus olhos podem.
Essa minha limitação me torna tão frágil: ser humano. Existir no existir que me foi dado.
Só a imaginação me leva ao que realmente desejo.
E só nela posso não dar de cara com as regras, leis, normas, costumes, obrigações, convenções, padrões; com as razões das minhas queixas e quebrantamentos. E posso avolumar, agigantar tudo o que me traz alegria.
Claro que há muita coisa legal nesse mundo. Entre elas a liberdade. Só que cada ponto deste planeta tem um proprietário com escritura. Em cada lugar é exigida uma carteira de identidade, que lhe concede um número, exibe o nome que lhe foi dado.
É isto. Eu sou o que me permito ser, o que me permitem ser, o que escolho ser, o que preciso ser, o que odeio ser, o que posso fazer, o que tenho que conquistar, o que tenho que dar como resposta a uma sociedade que exige minha identidade, meus currículos, meus cursos, minha religião, minhas contas bancárias e cartões, etc.
Eu sou livre pra me drogar com as drogas determinados pelos senhores do crime, pelos impérios multinacionais. Sou livre pra ir e vir conforme possam andar meus pés, conforme possa pagar meu acesso, conforme tenha permissão de outros.
Outros. Não estou sozinho. Há outros em minha casa, outros na cidade, outros no estado, outros de outros em outros países, outras fronteiras e maneiras.
Outros tão complicados quanto possa parecer o meu eu. Outros tão felizes por descobrirem tanta simplicidade na vida.
Sou sol e chuva; fogo e água. Água gelada, quente, em vapor, em gelo, escaldante, normal. Água com lodo, fezes e lixo, água pura e cristalina.
Tem dias que quero morrer desde o dia do nascimento.
Tem dias que me sinto eternamente feliz e flutuando em nuvens ziguezagueando nas galáxias e me deslumbrando com o poder das forças físicas que se espalham pelo universo.
Sou dias de paz e dias de guerras. Sim, sou homem de contrastes. E de igualdades.
De verdades, mas tantas mentiras já passaram pelos meus lábios e ouvidos!
O que há de novo nisso? O que ainda pode ser original com bilhões de cabeças passadas, presentes e futuras?
Então. Sou misto e nulo, tudo e nada.
Um pouco de burrice, um pouco de mediocridade, um pouco de muito de tudo e de nada.
Sinceramente, não gosto de fazer perfis. Acho um esforço ingrato. Sempre me perco, sempre me acho. Sempre tento responder e sempre nascem mais e mais perguntas. Algumas vezes me convenço.
Sons e
Silêncio.
Início e
Fim.

Esse texto é só uma brincadeira!!!!!!! Pra mim a coisa mais difícil é fazer um perfil. Pra mim é como um filme, por isso se torna um PERFILME!
 

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